UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A
DISTÂNCIA
CURSO DE HISTÓRIA
Aluno (a): Joemia Maria Gomes Mota
Matrícula: 201020031777 Polo: Propriá
Professor coordenador: Dr. Antonio Lindvaldo Sousa
Professor tutora a distância: Rita Leoser da Silva
I-
Referência da obra resenhada:
SILVA, José Roberto da. Puru Píra A
Princesinha do São Francisco, 1º edição Editora Triunfo, Aracaju-SE 2012.
Perfil básico do autor:
Escritor sergipano nascido no município de Propriá-SE em 24/05/1963, iniciou
seus estudos na Escola Municipal “Horário Hora”, depois no Grupo Escolar “Dom
Antonio dos Santos Cabral”, em seguida na Escola de 1º Grau “Cel João Fernandes
de Britto”, onde concluiu o Ensino Fundamental no ano de 1979, logo após foi
estudar no Colégio Diocesano de Propriá, e na Escola Técnica de Comércio de
Propriá, onde concluiu o curso Técnico em Contabilidade, foi 2º Secretário do
Centro Cívico “Telma Apolonio” na Escola de 1º Grau “Cel João Fernandes de
Britto”,1º Secretário e fundador da Coopertap (Cooperativa dos Taxistas de
Propriá), 1º Secretário e fundador da Coopetabasf (Cooperativa de Transporte
Alternativo do Baixo São Francisco), filiado ao Partido Comunista do Brasil
(PCdoB) desde 1999, e Presidente do PCdoB, desde o ano de 2003. Atualmente
diretor do jornal “Manchete do São Francisco.com” na internet. Casado com a
Sra. Edymeire Santos da Silva, é pai de Roberto Junior, Raphael e Ricardo.
II-
Objetivo da obra
O principal objetivo
desse trabalho é a sua contribuição para o conhecimento, o resgate histórico e
o chamamento ao debate sobre as raízes regionais. Não é um trabalho definitivo
sobre a cidade, sua história e sua gente, por ser visto como um documento
construído através de pesquisa realizada por um escritor popular. Silva na
construção de sua obra utiliza-se de uma infinidade de recursos na procura de
informações que possam esclarecer a formação da história propriaense, o autor
utiliza-se de trabalhos existentes de outros escritores propriaense tais como:
Carlos Roberto Britto Aragão, Washington Luiz Prata, João Fernandes de Britto,
Zildo Nascimento. O autor em sua missão
se vale de arquivos, dicionários e uma série de textos. Silva dedica sua obra
em especial a sua esposa, seus filhos suas irmãs e seu irmão João José da Silva
(in memoriam), como também faz agradecimentos especiais aos colaboradores para
realização do seu trabalho sendo representado por José Alberto Amorim e
Therezinha Mello Serafim.
A história regional por
ser pouco contada nos livros representa uma perda irreparável para as novas
gerações, que merecem conhecer muito mais sobre a origem e fatos históricos que
norteiam a vida de nossa gente e que permitam ações capazes de construir o
futuro sem perder o contato com suas raízes.
III-
Descrição da estrutura
Puru Pirá contém o
prefácio assinado por José Renato Vieira Brandão, a obra é composta
inicialmente com relatos sobre os primórdios da fundação de Propriá composto: A
Princesinha do São Francisco; Dom Pedro II no Baixo São Francisco; A Navegação
do Baixo São Francisco. Citam-se os Períodos Administrativos com foco para os
perfeitos da cidade desde 1857 a 2012; Presidentes da Câmara de Vereadores a
partir 1971 a 2012; e a trajetória de alguns filhos Ilustres da cidade. No
ultimo tópico do livro o autor foca manchetes que destacam a cidade.
IV-
Descrição do conteúdo
O autor Silva descreve
a origem da cidade desde seus primórdios com os domínios indígenas com destaque
para os caciques “Pacatuba”, “Japaratuba”, e “Píndaiba”, como também toda a
especulação quanto ao nome originário da cidade. Após as terras pertencerem às
sesmarias doadas a Antonio Cardoso de Barros pelo seu pai Cristovan de Barros,
ocorreram várias sucessões quanto à questão das posses de terras até torna-se
vila, passando a se chamar Vila de Propriá em 1802, decretada pelo Ouvidor
Antônio Pereira Magalhães dos Passos. Devido a Resolução Provincial de 21 de
fevereiro de 1866 a vila de Propriá foi promovida a cidade pelo então
presidente da província o Bacharel José Pereira da Silva Morais. A cidade foi
agraciada com visita do Imperador D. Pedro II e sua esposa Tereza Cristina,
tendo por objetivo propósitos políticos, pois se fazia necessário que o
imperador fosse visto por todos os cantos, prestigiando assim as localidades
mais distantes. Outro tópico de destaque na obra é a navegação do Baixo São
Francisco sendo as primeiras navegações realizadas pelos aborígenes, que de
maneira rústicas construíam suas embarcações com troncos de árvores talhados
com fogo e ferramentas rudimentares, utilizando esse meio de locomoção para as
atividades de caça e pesca. Com a evolução dos processos de construção,
passa-se a construir embarcações com melhores aspectos e condições para fins
específicos como a exploração do Rio São Francisco, com destaque para os
relatos de Halfeld, George Gardner, Vieira Carvalho, Avé-Lallemant.
Nos períodos
administrativos o autor descreve os prefeitos e intendentes discorrendo curta biografia
pessoal e política dos administradores. A mesma procedência é usada para os
presidentes da Câmara Municipal da cidade que mesmo com o extravio de
documentos, somente foi possível realizar o relato a partir de 1971. Como
também são citados os filhos ilustres que tiveram destaques em nível estadual e
nacional, como João de Seixas Dória, preso e exilado no regime militar e na
atualidade Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto, que foi Ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) e Ministro Efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O último tópico é
composto por relatos de marcos importantes quanto à formação da cidade como
também foca algumas curiosidades. O autor descreve o desenvolvimento econômico
vivido pela cidade devido a sua localização e suas forças políticas, sendo
esses uns dos fatores que favoreceram a implantação das indústrias. Contudo com
a queda da produção agrícola que não tiveram mais condições de manterem as indústrias
e a construção da ponte do sobre o rio São Francisco, ligando o município de
Propriá ao município alagoano Porto Real do Colégio, com isso a cidade perde
sua função de transbordo sendo esses uns dos principais fatores que tenha
provocado à decadência econômica da cidade. Porém além dessa conjuntura de
fatores, aliados a outros de ordem locais e extras locais, que direta ou
diretamente atingiram a região fizeram com que a cidade de Propriá deixasse de
ter a importância regional de outrora. A cidade também é conhecida por suas
enchentes que se tornaram atrativos na cidade, um meio de lazer entre a
população. Em Propriá predomina a religião católica com destaque para a festa
de Bom Jesus dos Navegantes que atrai fiéis de todo baixo São Francisco e todo
Estado. O esporte também é lembrado através suas agremiações, Esporte Clube
Propriá e o América Futebol Clube. Fazem partes do ultimo tópico curiosidades
que envolvem a cidade, poemas de personalidades propriaense e relatos que
envolvem Lampião, Uma Viagem de Canoa e os Índios Xocós.
V- Análise crítica
O texto é elaborado
por um escritor popular, apaixonado por sua terra, que através de suas
pesquisas sérias, deseja que o leitor passe a compreender que na história por
mais particular que seja possui pontos de contato com a história mais ampla.
Permitido ao leitor uma avaliação melhor do progresso, tendo assim o
entendimento como ocorreu todo processo evolutivo sociocultural da cidade,
permitindo que a população realizem comparações das evoluções sofridas no
decorrer dos anos pela cidade de Propriá.
VI-
Recomendação da obra
Esta obra é de
importância para os que pretendem se aprofundar nos temas regionais, como obter
mais conhecimentos de suas raízes e fatos históricos que norteiam na formação
da população propriaense. Saliento que como a história da cidade foi pouco
contada nos livros, servem para os futuros historiadores tomar como marco
inicial para futuras pesquisas no aprofundamento da historiografia regional.
Como também poderia ser usados como materiais complementares pelos professores
de história no ensino médio, para que se tenha uma melhor adaptação da
verdadeira identidade regional e como decorrência o aguçar pelo seu
conhecimento na identidade sergipana.