domingo, 14 de julho de 2013



UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA
CURSO DE HISTÓRIA


Aluno (a): Joemia Maria Gomes Mota
Matrícula: 201020031777                                           Polo: Propriá
Professor coordenador: Dr. Antonio Lindvaldo Sousa                           
Professor tutora a distância: Rita Leoser da Silva


I- Referência da obra resenhada:

SILVA, José Roberto da. Puru Píra A Princesinha do São Francisco, 1º edição Editora Triunfo, Aracaju-SE 2012.

Perfil básico do autor: Escritor sergipano nascido no município de Propriá-SE em 24/05/1963, iniciou seus estudos na Escola Municipal “Horário Hora”, depois no Grupo Escolar “Dom Antonio dos Santos Cabral”, em seguida na Escola de 1º Grau “Cel João Fernandes de Britto”, onde concluiu o Ensino Fundamental no ano de 1979, logo após foi estudar no Colégio Diocesano de Propriá, e na Escola Técnica de Comércio de Propriá, onde concluiu o curso Técnico em Contabilidade, foi 2º Secretário do Centro Cívico “Telma Apolonio” na Escola de 1º Grau “Cel João Fernandes de Britto”,1º Secretário e fundador da Coopertap (Cooperativa dos Taxistas de Propriá), 1º Secretário e fundador da Coopetabasf (Cooperativa de Transporte Alternativo do Baixo São Francisco), filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) desde 1999, e Presidente do PCdoB, desde o ano de 2003. Atualmente diretor do jornal “Manchete do São Francisco.com” na internet. Casado com a Sra. Edymeire Santos da Silva, é pai de Roberto Junior, Raphael e Ricardo.

II- Objetivo da obra

O principal objetivo desse trabalho é a sua contribuição para o conhecimento, o resgate histórico e o chamamento ao debate sobre as raízes regionais. Não é um trabalho definitivo sobre a cidade, sua história e sua gente, por ser visto como um documento construído através de pesquisa realizada por um escritor popular. Silva na construção de sua obra utiliza-se de uma infinidade de recursos na procura de informações que possam esclarecer a formação da história propriaense, o autor utiliza-se de trabalhos existentes de outros escritores propriaense tais como: Carlos Roberto Britto Aragão, Washington Luiz Prata, João Fernandes de Britto, Zildo Nascimento.  O autor em sua missão se vale de arquivos, dicionários e uma série de textos. Silva dedica sua obra em especial a sua esposa, seus filhos suas irmãs e seu irmão João José da Silva (in memoriam), como também faz agradecimentos especiais aos colaboradores para realização do seu trabalho sendo representado por José Alberto Amorim e Therezinha Mello Serafim.
A história regional por ser pouco contada nos livros representa uma perda irreparável para as novas gerações, que merecem conhecer muito mais sobre a origem e fatos históricos que norteiam a vida de nossa gente e que permitam ações capazes de construir o futuro sem perder o contato com suas raízes.          

III- Descrição da estrutura

Puru Pirá contém o prefácio assinado por José Renato Vieira Brandão, a obra é composta inicialmente com relatos sobre os primórdios da fundação de Propriá composto: A Princesinha do São Francisco; Dom Pedro II no Baixo São Francisco; A Navegação do Baixo São Francisco. Citam-se os Períodos Administrativos com foco para os perfeitos da cidade desde 1857 a 2012; Presidentes da Câmara de Vereadores a partir 1971 a 2012; e a trajetória de alguns filhos Ilustres da cidade. No ultimo tópico do livro o autor foca manchetes que destacam a cidade.

IV- Descrição do conteúdo

O autor Silva descreve a origem da cidade desde seus primórdios com os domínios indígenas com destaque para os caciques “Pacatuba”, “Japaratuba”, e “Píndaiba”, como também toda a especulação quanto ao nome originário da cidade. Após as terras pertencerem às sesmarias doadas a Antonio Cardoso de Barros pelo seu pai Cristovan de Barros, ocorreram várias sucessões quanto à questão das posses de terras até torna-se vila, passando a se chamar Vila de Propriá em 1802, decretada pelo Ouvidor Antônio Pereira Magalhães dos Passos. Devido a Resolução Provincial de 21 de fevereiro de 1866 a vila de Propriá foi promovida a cidade pelo então presidente da província o Bacharel José Pereira da Silva Morais. A cidade foi agraciada com visita do Imperador D. Pedro II e sua esposa Tereza Cristina, tendo por objetivo propósitos políticos, pois se fazia necessário que o imperador fosse visto por todos os cantos, prestigiando assim as localidades mais distantes. Outro tópico de destaque na obra é a navegação do Baixo São Francisco sendo as primeiras navegações realizadas pelos aborígenes, que de maneira rústicas construíam suas embarcações com troncos de árvores talhados com fogo e ferramentas rudimentares, utilizando esse meio de locomoção para as atividades de caça e pesca. Com a evolução dos processos de construção, passa-se a construir embarcações com melhores aspectos e condições para fins específicos como a exploração do Rio São Francisco, com destaque para os relatos de Halfeld, George Gardner, Vieira Carvalho, Avé-Lallemant.
Nos períodos administrativos o autor descreve os prefeitos e intendentes discorrendo curta biografia pessoal e política dos administradores. A mesma procedência é usada para os presidentes da Câmara Municipal da cidade que mesmo com o extravio de documentos, somente foi possível realizar o relato a partir de 1971. Como também são citados os filhos ilustres que tiveram destaques em nível estadual e nacional, como João de Seixas Dória, preso e exilado no regime militar e na atualidade Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto, que foi Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e Ministro Efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O último tópico é composto por relatos de marcos importantes quanto à formação da cidade como também foca algumas curiosidades. O autor descreve o desenvolvimento econômico vivido pela cidade devido a sua localização e suas forças políticas, sendo esses uns dos fatores que favoreceram a implantação das indústrias. Contudo com a queda da produção agrícola que não tiveram mais condições de manterem as indústrias e a construção da ponte do sobre o rio São Francisco, ligando o município de Propriá ao município alagoano Porto Real do Colégio, com isso a cidade perde sua função de transbordo sendo esses uns dos principais fatores que tenha provocado à decadência econômica da cidade. Porém além dessa conjuntura de fatores, aliados a outros de ordem locais e extras locais, que direta ou diretamente atingiram a região fizeram com que a cidade de Propriá deixasse de ter a importância regional de outrora. A cidade também é conhecida por suas enchentes que se tornaram atrativos na cidade, um meio de lazer entre a população. Em Propriá predomina a religião católica com destaque para a festa de Bom Jesus dos Navegantes que atrai fiéis de todo baixo São Francisco e todo Estado. O esporte também é lembrado através suas agremiações, Esporte Clube Propriá e o América Futebol Clube. Fazem partes do ultimo tópico curiosidades que envolvem a cidade, poemas de personalidades propriaense e relatos que envolvem Lampião, Uma Viagem de Canoa e os Índios Xocós.

V- Análise crítica

O texto é elaborado por um escritor popular, apaixonado por sua terra, que através de suas pesquisas sérias, deseja que o leitor passe a compreender que na história por mais particular que seja possui pontos de contato com a história mais ampla. Permitido ao leitor uma avaliação melhor do progresso, tendo assim o entendimento como ocorreu todo processo evolutivo sociocultural da cidade, permitindo que a população realizem comparações das evoluções sofridas no decorrer dos anos pela cidade de Propriá.

 VI- Recomendação da obra

Esta obra é de importância para os que pretendem se aprofundar nos temas regionais, como obter mais conhecimentos de suas raízes e fatos históricos que norteiam na formação da população propriaense. Saliento que como a história da cidade foi pouco contada nos livros, servem para os futuros historiadores tomar como marco inicial para futuras pesquisas no aprofundamento da historiografia regional. Como também poderia ser usados como materiais complementares pelos professores de história no ensino médio, para que se tenha uma melhor adaptação da verdadeira identidade regional e como decorrência o aguçar pelo seu conhecimento na identidade sergipana.