segunda-feira, 27 de maio de 2013



UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA
CURSO DE HISTÓRIA


Aluno (a): Joemia Maria Gomes Mota
Matrícula: 201020031777                                           Polo: Propriá
Professor coordenador: Dr. Antonio Lindvaldo Sousa                           
Professor tutora a distância: Rita Leoser da Silva


I- Referência da obra resenhada:

FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. Projeto “Digitalizando a História”, dirigido pelo coordenado pelo prof. Arionaldo Moura Santos com a participação dos alunos do 1º ano F, ensino médio do Colégio Estadual Tobias Barreto, Aracaju, 2008.

     Escritor sergipano nascido no município de Itaporanga D' Ajuda- SE em 30/01/1858 e faleceu no Rio de Janeiro em 08/05/1916 graduado em medicina pela renomada faculdade da Bahia em 1822. No campo político foi o principal propagandista da república em Sergipe, sendo quer após o fim da monarquia é nomeado governador de Sergipe. Atuou com deputado federal fazendo parte da Assembleia Constituinte que promulgou a Primeira Constituição Brasileira em 1891, foi ministro da fazenda em 1893 durante a presidência de Floriano Peixoto. Na área da história escrever obras importantes como ¨História Constitucional dos Estados Unidos do Brasil¨(1894) e ¨HistóriaTerritorial do Brasil¨(1906). Com a publicação do livro História de Sergipe Felisbelo torna-se o primeiro historiador a publicar um livro que descreve a formação e evolução de nossa capitania.

II- Objetivo da obra

      O objetivo de Felisbelo Freire com o livro História de Sergipe é ¨tornar Sergipe conhecido do país e do estrangeiro¨. Pois lastima o esquecimento dos escritores nacionais com relação à historiografia sergipana, tomando o autor a responsabilidade de resgatar a história do seu estado.  Uma tarefa que demandava muito tempo, levando assim seis anos de pesquisa a qual quase leva o autor a desistência da obra, pois requeria um longo e paciente trabalho chegando ser cansativo. Freire na construção de sua obra, não dispunha de um trabalho anterior que servisse de guia iniciando-se assim do nada. Freire pessoalmente realizou pesquisas em Sergipe e Rio de Janeiro, sendo em São Cristovão onde estavam os mais valiosos documentos históricos para realização de suas pesquisas, utilizou- se de manuscritos, busca em cartórios e arquivos, documentos oficiais, cartas de sesmarias. O autor também utiliza uma série de trabalhos de textos de autores nacionais e internacionais como Silvio Romero, Batista de Lacerda, Rodrigues Peixoto, Martius, Hartt, Lund, Buckle entre outros. Freire em sua obra dedica em especial ao professor João Ribeiro, o qual agradece pela grande contribuição de material cedido para embalsamento de sua obra.
      A história tem um papel fundamental na constituição da entidade de um povo, Freire afirma que cabe ao historiador o conhecimento completo do elemento natural de qualquer povo e confirma a existência da necessidade de apelar para o uso de outras ciências como a biologia, a antropologia, a geologia, a etnologia, pois sem o auxilio dessas ciências a história fica reduzida e o historiador terá poucos subsídios para o embalsamento de sua pesquisa.

III- Descrição da estrutura

     O livro é composto de quatro partes: Introdução subdividida em quatro capítulos, o autor apresenta uma síntese sobre a os povos primitivos do Brasil, sua composição étnica, fatores externos da civilização no Brasil e a Geologia de Sergipe. Em a ¨Epoca de Formação¨(1575-1696) relata-se a conquista de Sergipe,  colonização, primeiras explorações , invasão e domínio holandesa, e as lutas em Sergipe . Essa fase é composta por seis capítulos. Seguindo a cronologia da obra em ¨Expansão Colonial¨(1696-!822) composta por cinco capítulos sendo esta parte composta para a descrição de Sergipe na condição de comarca da Bahia, expulsão dos jesuítas, Abolição Indígena, Revolução Pernambucana de 1817, e finalmente a aclamação da independência tornando Sergipe capitania. Política Imperial (1822-1855) composta por cinco capítulos voltada para os eventos políticos da província com a instalação da junta provisória, seus sucessores, governo de regência, mudança da capital e questões com Alagoas e Bahia.



IV- Descrição do conteúdo

    Em sua introdução o autor narra as dificuldades em escrever a historia de um povo imposta pelas exigências da orientação cientifica.. Com relação à formação do povo primitivo no Brasil, apesar de existir trabalhos que esclareçam as questões relativas às raças pré-históricas do Brasil com destaque para Hartt, de Martius e Lund são insuficiente para explicar a origem do homem primitivo (índio) no Brasil. O autor relata o surgimento da raça mestiça que predomina as terras sergipanas e brasileiras decorrentes da junção dos três elementos formadores da população brasileira o Português, o negro e o índio.
     A Época de Formação relata todo processo de doação realizado pelo EI-Rei D> João III a capitania da Bahia a Francisco Pereira Coutinho em 5 de abril de 1534. As terras por descuido de seus administradores passaram a ser por um longo período passagens de piratas, posteriormente pelos jesuítas que vieram como o objetito de evangelizar o povo nativo da região. Após várias guerras assume o comando da província Cristovão de Barros, à sua sucessão a província passa por um estado de destruição e abusos de poder, além da invasão holandesa que causou total destruição nas terras sergipanas ainda ocorria o abuso da instituição católica em busca de novos fins lucrativos. Depois dos acontecimentos descritos Sergipe passa novamente ao domínio português.
     Ao longo da Expansão Colonial o período foi regido pelos interesses da instituição religiosa que representava uma força poderosa na província. A província de Sergipe em 8 de julho de 1820 foi elevada a categoria de capitania completamente independente da Bahia, contudo esses decretos não foram cumpridos, vindo Sergipe ser totalmente independente sobre a regência de D. Pedro I. Já na fase Imperial predomina as paixões pessoais e partidárias, pois a ambição pelo poder apossou-se de membros partidários fazendo com que viessem a sufocar a liberdade de escolha através do voto. O presidente Inácio Barbosa para satisfazer interesses políticos e individuais transfere a capital da província de São Cristovão para Aracaju. A obra de Felisbelo também é composta por longas cópias integrais de documentos localizados pelo autor com o objetivo de oferecer aos seus leitores a leitura desses achados preciosos.


V- Análise crítica

     O autor em sua obra deixa de lado assuntos como a influência dos índios, dos negros, dos mestiços na formação e participação da independência e constituição na formação da camada social da população sergipana, como também não faz relato dos modos de vida do povo sergipano, sua vida social, educacional, O relato é feito centralizado nos governantes e seus efeitos.
   O estudo da história nos permite avaliar melhor a noção de progresso, passamos a entender como ocorreu todo o processo de evolução sociocultural. A obra de Felisbelo Freire além de ser um marco na historiografia sergipana e a primeira a fazer a trajetória da historia do estado descrevendo a formação e evolução da capitania, assim sendo contribui para que a atualidade faça comparações das evoluções sofridas no decorrer dos anos pelo estado.

VI- Recomendação da obra

     A obra de Felisbelo Freire é um marco para historiografia sergipana,  ficou  conhecido como o pai da historiografia de Sergipe segundo Sousa. Sua obra é citada por vários historiadores desde o inicio do século XX  aos dias atuais é usada em diversos textos que versam sobre a História Sergipana.  Indico a obra para leitores que queiram obter mais conhecimento da história do seu estado, para os futuros historiadores que pretendem se aprofundar no mundo histórico da historiografia regional, como também como suporte pedagógico para alunos universitários principalmente na área de  história.


REFERÊNCIAS 

FREIRE, Felisbelo. História  de Sergipe. projeto ¨ Digitalizando a História¨, coordenado pelo prof. Arionaldo Moura Santos com a participação de alunos do 1º ano F do ensino médio do Colégio Tobias Barreto, Aracaju, 2008.

SOUSA, Antonio Lindvaldo. Historia e Historiografia Sergipana. CESAD. Universidade Federal de Sergipe, São Cristovâo, 2013.

historiadeitaporanga2.blogspot.com, acesso em 27/05/2013 as 11:00h.