sexta-feira, 28 de dezembro de 2012




UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA
HISTÓRIA LICENCIATURA

RELATÓRIO DE VIAGEM: VISITA A CIDADE DE ARACAJU
TEMA: ARACAJU, O PROJETO MODERNIZADOR E SEUS REVEZES (1910-1930)

JOEMIA MARIA GOMES MOTA
                                                                    Aluna do curso de graduação licenciatura em História/UFS
POLO /PROPRIÁ

       A visita monitorada a cidade de Aracaju, ocorrida no dia 15 de dezembro de 2012, ministrada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, coordenador da disciplina Temas de Sergipe II, assessorados pelas tutoras Andreza da Conceição Costa, Rita Leoser da Silva Andrade e Gersivalda Mendonça da Mota. O encontro com os alunos previsto para as 09:00 hs, no coreto da praça Fausto Cardoso, o objetivo principal da viagem monitorada é compreender a existência de um projeto modernizador em Aracaju e seus revezes nas primeiras décadas do século XX, tomando como fio condutor de analise personagens protagonistas desse discurso e outros que apontem as contradições desse mesmo discurso.

                                          Figura 01:  Praça Fausto Cardoso
                                          Fonte: acervo  Prof°. Antônio Lindvaldo


UM PROJETO MODERNIZADOR E URBANISTICO

       Com a fundação de Aracaju, no governo de Inácio Barbosa, em 1855, nascia a ideia de construir em Sergipe um núcleo moderno, em função de um porto que atendesse as necessidades de escoamento da produção Açucareira do Vale do Cotiguiba. A capital até o final do século XIX não consegui realizar melhoramento urbanístico, então o presidente da província Inácio Barbosa encarregou o engenheiro militar Sebastião Basílio Pirro para planejar a nova capital. O plano urbanístico de Aracaju desafiou a capacidade da engenharia da época. A cidade foi implantada em uma área de mangues, dunas, riachos lagos, areais cobertos de cajueiros, curicurizeiros e mangabeiras. As ruas de Aracaju foram traçados em ¨xadrez¨, formando 32 quarteirões de 110 metros quadrados cada um. Para a realização do alinhamento das ruas foram necessários aterros gigantescos, para isso Pirro elaborou um plano de alinhamento dentro de um quadrado de 540 braças (1.188 metros) traçando quarteirões iguais de forma quadrada com 55 braças de largura, separados por ruas de 60 palmos, contudo esse projeto levou dezenas de anos para que  o ¨Plano de Pirro¨ se tornar realidade.

                                           Figura 02: Quadrado de Pirro
                                           Fonte: acervo particular do autor
     A partir daí a capital passa apresentar uma nova fase e com um futuro promissor, dotada de serviços e inovações urbanas: embelezamento de praças; construções de prédios; água encanada e transporte com bondes puxados a burros; alargamento de ruas; inauguração de escolas. Com destaque para a inauguração da Escola federal de Aprendizes e Artífices, que funcionaria com aulas de alfaiataria e mecânica, que utilizaria a educação profissional pra a formação de trabalhadores. A frente da organização desta inauguração o médico Augusto César Leite, que além de fazer apologia a um futuro promissor, como também realiza um breve relato das dificuldades encontradas para instalação dessa escola, deixando transparecer que no início da elaboração do projeto da escola, o então governador Rodrigues Doria (1908-1911) admitia-se não ter condições em ceder o espaço físico para que a referida escola fosse implantada, com alegando muitos compromissos e a precárias condições financeiras do estado, contudo tal desculpa não conduzia com que Augusto Leite pensava e acreditava, levando ao questionamento; Será mesmo que deveria esperar um tempo de bonança para construir escolas? Elas só são frutos do progresso, do desenvolvimento econômico? Eles não seriam também o guindaste econômico.
       Augusto Cesar Leite afirmava que as ¨transformações sociais¨só ocorreriam mediante a audácia dos que acreditavam que era possível empreender mudanças, mesmo com todas as dificuldades do meio que vivia.Le se expõe numa imagem de sergipano devotado e comprometido com uma era moderna para Sergipe ou seja, sendo um representante da nova fase de progresso que acreditava começar a existir.

                                                    Figura 03: Augusto César Leite
                                                    Fonte: www.google.com


       Com o processo de urbanização e modernidade da cidade de Aracaju, a migração de homens pobres vindo do campo, em busca de melhorias de vida. O livro ¨Os Corumbas¨ de Arnando Fontes, retrata o cotidiano dos homens e mulheres pobres, a história relata a vinda de uma família composta  por sete integrantes; os pais (Josefa e Geraldo) e os cincos filhos (Rosenda, Albertina, Caçulinha, Bela e Pedro), que saem do interior para capital em busca de novos horizontes, ao se instalarem em Aracaju, o pai da família e os três filhos mais velhos se empregam na companhia sergipana de fiação (A Sergipana).As condições em que a família vive são muito difíceis. Com os graves incidentes que pouco a pouco irão abalar a família; a prisão e deportação de Pedro, único filho homem da família, após envolvimento na greve de operário; a perdição de suas duas filhas na vida, por ter tido perdido suas honras e o falecimento de Bela. O romance se encerra com o retorno de Josefa e Geraldo a Ribeira, local em que viviam antes de morar em Aracaju, onde terminariam seus últimos momentos de vida.

                                                     Figura 04: livro Os Corumbas
                                                     Fonte: www.google.com         
                                        
       Os homens pobres ocupavam as margens do quadrado de Pirro, suas condições de vida em Aracaju eram precárias, apontando outro lado da modernização defendida pela elite aracajuana. Fora do plano urbanístico nasce a outra Aracaju, Chamada ¨Cidade de Palha¨formada por camponeses pobres do interior e ex-escravos sem empregos vindos de engenhos, compostas por milhares de casebres de taipa atrás das altas dunas, sem saneamento, sem organização.Nela moravam operários, trabalhadores do comercio, empregadas domésticas, prostitutas e desempregados e os pobres migrantes do interior, e muitos desses pobres trabalhavam nas fabricas de tecidos.

                                         figura 05: IHGSE
                                         Fonte: acervo prof°. Antônio Lindvaldo

       Após o encontro na Praça Fausto Cardoso, que foi o centro do poder político-administrativo, o ponto de partida para o crescimento da cidade. No decorrer da aula o professor Antonio Lindvaldo relata a trajetória histórica das localidades, fazendo comparação por meios de fotos antigas do antes e depois de prédios e praças. O segundo encontro foi no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe onde o professor Antonio Lindvaldo reúne os alunos e dividem tarefas em dez grupos de duplas ou trios, com o objetivo que cada grupo acompanhasse a história da modernização, através de visitação ou pesquisas sobre a tarefa escolhida. Sendo meu grupo escolhido para pesquisar e relatar sobre o cotidiano da operaria D. Antonia. Após o conhecimento das tarefas os alunos dirigiam-se a Universidade Federal de Sergipe, para que juntamente com o coordenador e tutores ocorresse os relatos de cada grupo sobre suas tarefas.


                                         Gigura 06: Eu e a Tutora Andreza Conceição
                                          Fonte: acervo particular do autor


A CLASSE OPERÁRIA


       Do final do século XIX para o inicio do século XX, o operariado era uma classe pequena, girando em torno de 4.000 pessoas, mas os números não pararam de crescer depois da virada do século. As condições de trabalho dos operários sergipanos eram ruins, pelos seguintes motivos: não existiam leis que protegessem os trabalhadores; Os salários eram baixíssimos; A jornada de trabalhos chegava há 12 horas por dia. As precárias condições de vida e de trabalho levaram a classe operaria a se organizar e lutar por direitos. Foram criadas associações como o Centro Operário Sergipano, como também diversos jornais defendiam os direitos dos trabalhadores da indústria, a exemplo de ¨Operário¨ e  ¨O Trabalho¨. 


 
                                           Figura 07: D. Antonia
                                           Fonte: acervo prof°. Antônio Lindvaldo


       As greves realizadas pelos trabalhadores sergipanos, que  na maioria eram repremidas brutalmente pela policia estadual. A repressão talvez seja a causa principal no levantamento de informações em torno do que pensavam os homens pobres ou operários de fabricas de tecidos na maioria as informações são omissas quanto a relação do cotidiano dos operários. Maria Antonia de Oliveira, Dona Antonia como era chamada por todos, inicialmente trabalhou como domestica, em seguida ingressou na ¨Sergipe Industrial¨ em meados da década de 1920. D. Antonia trabalhou nas duas fases antes e pós Thales Ferraz, permanecendo trinta anos na mesma fabrica, não sendo uma única vez despedida, diferenciando-se das operarias que não conseguiam ficar tanto tempo no mesmo trabalho. D. Antonia considerava-se diferentes das demais colegas, pois não admitia receber repreensão, assim procurava cumprir todas as suas obrigações e não aceitava participar das ägitações¨contra a fabrica.  Em sua vida fora da fabrica D. Antonia era voltada para os afazeres domésticos, frequentava as missas ou visitava doentes e, em períodos de festas juninas, participava das danças de coco. Na época que trabalhava na ¨Sergipe Industrial¨. D. Antonia residia no Santo Antonio, possuía as mesmas condições de vida das colegas de trabalho, e demais vizinhos do mesmo bairro. Morava em casa de taipa e de palha, enfrentava temporais e problemas diversos em torno de falta de saneamento e ganhava somente o suficiente para sua sobrevivência. D. Antonia mantinha-se omissa a realidade do mundo do trabalho falava pouco dos conflitos existentes na fabrica, sempre deixava claro que existia uma fabrica sem problemas e confrontos, e idealizava os seus patrões como homens bons, honestos e dedicados aos trabalhadores. Em relação aos funcionários descontentes D. Antonia afirma que quem não cumpria suas atividades não compreendia o trabalho, cometendo erros na produção e provocando os rotineiros acidentes de trabalhos. Procurando a todo o momento justificar que não houve problemas com ela, que cumpria as atividades, era dedicada, eficiente e passiva. Em descrever-se D. Antonia configurou-se no protótipo desejado por alguns segmentos sociais envolvido no discurso modernizador. Entretanto D. Antonia não era tão omissa e passiva, pois nunca deixou ser enganada por qualquer pessoa, tinha consciência de sua condição de vida e dos preconceitos existentes na época, por causa de sua condição financeira e sua cor. O operário em formação travou modos de lutas individuais nas relações diárias com colegas, patrões, policia etc. de diversas maneiras. A palavra falada era um instrumento essencial para descarregar as ofensas e as opressões e com os depoimentos dos operários, percebe-se uma memória popular viva, conflituosa. Essa memória retrata um passado não muito feliz, completo de exploração, maltratos, multas e muitas confusões. Ela contradiz a visão de ¨progresso¨, de ¨modernização¨ defendida pelo discurso modernizador. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS


       O processo modernizador trouxe diversas conquistas para Aracaju, como é o caso das instalações das fabricas de tecidos, que representava o símbolo de desenvolvimento em Sergipe. À medida que a cidade passava pelo processo de urbanização, chamava a atenção das camadas pobres, ocorrendo à imigração de homens pobres do campo em busca de melhores condições de vida. Contudo ao chegar à cidade a realidade era outra, pois sua condições de vida não se encaixam dentro dos padrões de modernidade estabelecido pela elite do ¨Quadrado de Pirro¨. Com isso a camada pobre foi excluída, explorada e esquecida, tudo em favor da modernização aracajuana.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe II, São Cristovão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2010.
CORRÊA, Antonio Wanderley de Melo, ANJOS, Marcos Vinicius dos, CORRÊA, Luiz Fernando de Melo. Sergipe nossa história: ensino fundamental – Aracaju: Edição 2005. 96 p. : Il.

SITES
leiatrevida.blogspot.com – visualizado no dia 25.12.2012
neritacarvalho. blogspot.com – visualizado no dia 25.12.2012.

sábado, 17 de novembro de 2012



UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA

RELATÓRIO DE VIAGEM: VISITA A CIDADE HISTÓRICA DE LARANJEIRAS-SE

TEMA GERAL: LARANJEIRAS: NUCLEO DE POVOAMENTO DA REGIÃO DA COTINGUIBA PRODUTORA
                                                                                      JOEMIA MARIA GOMES MOTA
                                                Aluna do curso de graduação licenciatura em História/UFS
                                                                                                                 POLO /PROPRIÁ

            A Coordenação da disciplina Temas de História de Sergipe II organizou uma viagem à cidade de Laranjeiras, no dia 27 de outubro de 2012, com o objetivo de realizar uma aula de campo ministrada pelo professor Antônio Lindvaldo Sousa, assessorado pelos seus tutores, no qual tivemos a oportunidade de socializar com alunos de outros polos que integram a universidade.

                                      Figura 1: Alunos da disciplina Temas de Sergipe II
                                     Fonte: arquivos particulares 27.10.2010 Joemia Mª G. Mota




             UM BREVE PASSEIO PELA HISTÓRIA DE LARANJEIRAS
A evolução de Laranjeiras deu-se com o comércio da cana-de-açúcar no século.  A cidade não era produtora da cana-de-açúcar, mas sim o reflexo da sua produção, com essa produção ocorre o desenvolvimento e o crescimento do seu comercio. Desse modo o progresso da indústria açucareira que antes era desfrutada pela vila de Santo Amaro, desloca-se para Laranjeiras. No século XVIII e XIX o comercio atingiu seu apogeu, com todo esse esplendor econômico Laranjeiras passou atrair a esperança do homem pobre, que via neste crescimento a possibilidade de melhorias, passando a frequentar na feira livre considerada a maior entre as vilas, realizada nos dias de sábados vendia-se de tudo, desde açúcar ao rolo de fumo. Também motivados pela feira livre os grandes proprietários de engenhos vinham para a vila para efetuar compras, possuidores de casarões que servia de apoio, porque somente era utilizada quando os senhores vinham a passeio ou simplesmente a feira. Foram erguidos grandes casarões próximos de várias casas comerciais, com isso os senhores de engenhos não eram os únicos a possuírem o poder social em Laranjeiras, com a prosperidade do comércio surgem os grandes proprietários de casas comerciais.
            No início do século XIX a atividade açucareira era a principal fonte de Laranjeiras, que passando a ser exportadora desse produto. Porém com o surgimento da concorrência no comércio exterior açucareiro e a produção de um novo tipo de açúcar, feito da beterraba, Laranjeira começou a viver uma crise econômica no empobrecimento e econômico. Neste mesmo período Aracaju começou a se destacar, e, juntamente com Maruim, e Laranjeiras passam a concorrer a capital de Sergipe, por uma questão estratégica do Barão de Maruim e iniciativa do presidente da província Inácio Barbosa, em 17 de março de 1855, Aracaju foi escolhida capital de Sergipe, pois possuía o porto que deveria atender as necessidades de escoamento da produção açucareira.
 Laranjeiras foi um centro radiador de tensões raciais e sociais, duas grandes revoltas urbanas de escravos negros e mulatos livres foram registradas em 1835 e 1837, como também os primeiros indícios para a proclamação da república aconteceu oficialmente na vila de Laranjeiras em1888, através da publicação do manifesto de 18 de outubro de 1988. Laranjeiras é um conteúdo e cultural a céu aberto, são inúmeros os contextos históricos reunidos nesta cidade, é praticamente uma aula prática dos séculos XVIII e XIX. Laranjeiras é reconhecida como uma cidade histórica, devido a seu respaldo arquitetônico, contém estilos barroco rococó e neoclássico, no campo geográfico, abrange uma geomorfologia peculiar com morros e grutas. Já no universo histórico, possui um enorme acervo cultural, o Museu de Arte Sacra.
Entre os objetivos do trabalho de campo, destacavam-se a necessidade de estabelecer um contato do alunado do curso de História com um mundo que extrapola o simples olhar de uma cidade aparentemente esquecida no tempo. Com um mundo que fala pela sua própria arquitetura, pela sua arqueologia, pela sua historia. Ademais, a proposta do trabalho também era relatar as impressões vivenciadas das equipes, mediante o contato com a visita ao sitio arqueológico que compreende a cidade de laranjeiras, a qual constitui um patrimônio cultural só de Sergipe, do Brasil, mas mundial.  Localizada geograficamente a 19 km da capital sergipana, na zona litorânea do estado, com uma população de aproximadamente em torno de 25.000 habitantes.

                                       Fonte: Google Mapas. Acesso 16.11.2012



          Após os grupos fazerem um levantamento da história do município de laranjeiras, ainda que breve, pela própria dinâmica do trabalho proposto, foram formados equipes composta por quatro componentes para o reconhecimento dos monumentos arqueológicos, destacando-se, entre as equipes a que visitou a Capela Sant’Aninha composta por Joemia Maria, Paula Marques, Janderson Saulo e Everton Luiz.


                                      Figura2: Capela Sant’Aninha
                                      Fonte: arquivos particulares 27.10.2012 Joemia Mª G. Mota


No percurso para igreja passamos por uma construção de trapiche, que é uma construção do século XIX, local onde era armazenada a produção açucareira dos engenhos, caracterizados pela sólida construção de pedra e cal, responsável pelo panorama arquitetônico de beleza única (ver figura 2). Continuando o percurso, passamos pelo rio Contiguiba parada obrigatória em torno dele o comércio ganhava espaço, principalmente a trocas dos escravos por meio deste rio em 1860 o imperador D. Pedro II e a imperatriz D. Tereza Cristina visitou Laranjeiras, o rio foi muito importante no desenvolvimento econômico, porém sua glória ficou no passado, pois atualmente parece que somente é reservado para depósitos de lixo.   

                                      Figura 3: Construção em Trapiche                         
                                      Fonte: arquivos particulares 27.10.  2012 Joemia Mª G. Mota


                                     Figura 4: Rio Contiguiba
                                     Fonte: arquivos particulares 27.10. 2012 Joemia Mª G. Mota



Seguindo nossa caminhada justamente às 11h15min da manhã, subimos a colina em direção à capela. Logo de início encontramos as ruínas que restaram da casa grande do Sr. Pedro Paulo Valverde proprietário da capela, colunas que indicam dois pavimentos, sendo que no superior constatamos a formação de dez janelas e na parte inferior duas janelas e duas portas, o que nos dar mais ou menos a noção do poder dessa família no município (ver figura 5). Fomos guiados por uma senhora que vive na redondeza da propriedade e, é responsável pela guarda da chave da capela, muito atenciosa nos fez o relato de que a construção da capela foi uma promessa do Sr. Pedro Paulo Valverde, pois a filha do senhor de engenho Ana Valverde se encontrava muito doente e era muito devota de Nossa Senhora da Conceição. Durante esse período histórico, as capelas só poderiam ser construídas mediante uma promessa, pois naquela época o papa não liberava a construção de igrejas para pessoas que não pertencessem ao clero, a não ser no caso de promessa, que foi feito em pedido pela melhoria de Ana Valverde. A Capela Sant’Aninha é um templo católico construída no século XIX, basicamente em 1875, em uma propriedade particular à margem esquerda do rio Contiguiba, a sua construção foi feita no local onde havia um depósito de pólvora, sua fachada é um exemplar único no estado e seu interior  com detalhes ornados em ouro  apresenta minúcias em tapeçaria antiga (ver figuras 7 e 8). Já foi considerada uma das capelas particulares mais ricas do nordeste. Abertura ao público em 1991 um ano depois da morte do proprietário da capela (ver figura 6)



                               Figura 5: Antiga casa dos Valverde                                                   
                               Fonte: arquivos particulares 27.10. 2012 Joemia Mª G. Mota



                                      Figura 6: Tumulo do Senhor Valverde                               
                                        Fonte: arquivos particulares 27.10. 2012 Joemia Mª G. Mota



                     Figura 7: Interior da capela
                     Fonte: arquivos particulares 27.10. 2012 Joemia Mª G. Mota



                        Figura 7: Interior da capela
                        Fonte: arquivos particulares 27.10. 2012 Joemia Mª G. Mota




                          Figura 7: Interior da capela
                          Fonte: arquivos particulares 27.10. 2012 Joemia Mª G. Mota



                          Figura 8: Interior da capela
                          Fonte: arquivos particulares 27.10. 2012 Joemia Mª G. Mota









CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A aula de campo realizada na cidade de Laranjeiras-Se, foi de grande importância para o aprimoramento cultural dos alunos da disciplina Temas de Histórias de Sergipe II. Fazer uma viagem a laranjeiras é realizar um passeio ao passado, pois a cada monumento arqueológico visitado, o aluno passa-se a imaginar dentro daquele contexto histórico, social e cultural. Laranjeiras é uma aula prática a céu aberto. Contudo, é notável a falta de cuidados com alguns dos monumentos históricos, mesmos tombados pelo patrimônio arquitetônico, muitos desses monumentos estão em ruínas. Como é o caso da Capela Sant’Aninha, pois se faz necessário que algum órgão se responsabilize pela sua manutenção física, , a exemplo do IFAN, das secretarias municipais e estaduais de cultura, das secretarias de turismo, sejam municipais ou estaduais e etc.   Além de procedimentos comuns a um espaço como esse, tais como a realização de melhorias como limpeza constante do ambiente, pintura  e etc. A referida capela precisa de limpeza no seu interior e exterior, essa é de uma representação religiosa grandiosa, de uma arquitetura belíssima. Somente o conhecimento do patrimônio cultural de uma cidade é que se pode entender qual realmente foi seu papel na sua evolução. História não se aprende apenas com os livres, mas também com a vivência de espaços grandiosos feitos o sítio arquitetônico de Laranjeiras e isso nos permite enxergar a devida valorização da história do lugar, valorizando o patrimônio cultural e social dessa cidade.




ANEXOS



     Outras riquezas arqueológicas visitadas por outros grupos:



Igreja da Matriz Sagrado Coração de Jesus situada na praça da matriz, construída na segunda metade do século XVIII, em 1871 foi a primeira igreja dedicada ao sagrado coração de Jesus do Brasil. Embora tenha passado por várias reformas, ainda conserva o seu traço original.  A edificação é tombada pelo IPHAN.

 

Igreja do Bom Jesus dos Navegantes, construída no século XX, em 1905 no morro do Bom Jesus, com características coloniais, é a tradicional festa da cidade.
 

Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito construída por negros na metade do século XIX, local de tradicionais comemorações com a festa dos Reis e da Rainha da Taieira, esta ultima uma louvação dirigida a São Benedito e Rosário, protetores dos escravos. Na igreja realizam-se até hoje os ritos do Cacumbi; da Taieira, da Chegança e de São Gonçalo, sendo, portanto palco das maiores festas do folclore de Sergipe.

Igreja do Senhor do Bonfim construída no século XIX, em 1832, abriga nos fundos o cemitério da Irmandade do Bonfim, edificada no ponto mais alto da cidade, onde se tem uma visão completa do vale do Contiguiba. Seu altar de madeira foi destruído durante um incêndio em meados do século XIX. Após intenso trabalho de estudos e pesquisas o templo foi restaurado, sendo que mo lugar do altar de madeira fora colocado o altar da igreja Jesus, Maria, José. 

 
Igreja Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba edificada em local onde os índios Tupis-guaranis cultivavam feijão, daí a denominação Comandaroba, nome de origem tupi que significa comenda- feijão e roba- amargo, inaugurada 1734, o templo apresenta características dos jesuítas no nordeste. No seu pórtico, de pedras calcarias, e no cruzeiro estão gravadas monogramas que confirmam suas origens e da sua padroeira a Virgem da Conceição. A edificação tombada pelo IPHAN é um dos monumentos históricos de maior valor do estado e uma das ultimas construções dos padres jesuítas da Companhia de Jesus. 


Igreja Presbiteriana inaugurada em 19 de novembro de 1899, após uma série de incidentes entre católicos e protestantes. Até hoje a igreja mantém todas as suas atividades.


Museu de Arte Sacra fundado em 198ª para preservar o grande acervo sacro do município. É o segundo mais importante do estado.



Museu Afro-brasileiro de Sergipe exposição de peças ligadas a cultura afro-brasileira e sua influencia no sincretismo religioso do nosso povo.


  

                                    Fonte: arquivos particulares27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota



 
                                     Fonte: arquivos particulares27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota



 

                                     Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota




                                       Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota





 
                                     Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota






                                        Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota




                                     Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota






                                      Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota




 
                              Fonte: arquivos particulares27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota




                                    Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota




                          Fonte: arquivos particulares27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota






                                      Fonte: arquivos particulares27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota




Interior da igreja Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba
                                   Fonte: arquivos particulares 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota





Alunos do polo Propriá e o Prof. Antônio Lindvaldo
                                      Fonte: arquivos particular 27. 10.2012 Joemia Mª G. Mota








REFERÊNCIAS
SOUSA, Antonio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe/CESAD, 2010.
www.portalturismobrasil.com.br Acesso em 12.11.2012
www.monumenta.gov.br Acesso em 13.11.2012
www.skyscrapercxty.com  Acesso em 13.11.2012
www.wikipedia.org .  Acesso em 14. 11.2012.
Imagens pertencentes aos arquivos particulares Joemia Maria Gomes Mota. 27. 10.2012.